

Quiralidade
LOCAL / PLACE: 16 Neto
ARTISTAS / ARTISTS: Visualst, Lula Arte Viva, Maisa Chaves, Marcelino Manhula, Ana Mosquera
CURADORIA / CURATED: Visualst

A palavra quiralidade deriva da palavra Grega kheir , a qual significa mão. As mãos e os pés humanos são quirais: independemente da sua posição não são nunca sobreponíveis. São formas que, embora possuam uma mesma configuração operam entre si como um espelho, isto é, a sua simetria não é sobreponível. Tal como as nossas mãos, os compostos moleculares evidenciam também o mesmo tipo de propriedade: uma simetria espelhar a qual, no entanto, se sobreposta, se torna assimétrica.
As seis obras que constituem esta exposição propõem uma abordagem reflexiva, porém crítica, de como os dados e o movimento definem as nossas identidades. Irreverentes, provocativas e não convencionais, estas obras levam-nos a desafiar os nossos preconceitos sobre os dados e a olhar a humanidade por detrás destas novas tecnologias que registam e acompanham cada movimento nosso. Os artistas participantes desafiam a inépcia da nossa cultura em capturar esta erosão perceptiva e dão-nos um testemunho de como esta jornada incorpora a diversidade.
A exposição constrói-se em torno de três tópicos:
IDENTIDADE
A identidade é a forma como nos distinguimos e nos expressamos. Os factores e as condições com que cada individuo nasce – como a herança étnica, o sexo, ou o próprio corpo – desempenham, geralmente, um papel na definição da identidade de uma pessoa. No entanto, muitos aspectos da identidade de uma pessoa mudam ao longo da vida. As viagens podem alterar a maneira como as pessoas se vêem ou são percebidas pelos outros. A nossa identidade – quem somos, o que defendemos e como cada uma das fronteiras invisíveis (países, dinheiro, sexo e vulnerabilidade) nos separa e nos une – é um mapa em movimento constante
DADOS
À medida que a inércia da revolução dos dados cresce, torna-se claro que é uma infraestrutura vital: as nossas redes sociais, cultura pop e sistemas de informação funcionam em camadas de dados que tanto ajudam, como dificultam as nossas identidades. Precisamos abordar questões como ética e equidade, se quisermos ter confiança nos dados.
VIAGENS
Movimentos e viagens ajudam-nos a revelar essa mudança de consciência tanto em Moçambique como no mundo global. A nossa identidade não é limpa, é confusa e complicada. Em constante evolução. Esta exposição revela as linhas combinadas entre cada identidade e cada ponto de dados, as histórias por trás delas e as conexões entre as histórias que nos ligam.
The word “chirality” comes from the Greek word kheir, meaning “hand.” Human hands and feet are chiral: regardless of how you orient them, they resist superimposition. They are defiant forms that, while mirroring each other, refuse to overlap symmetrically. Like our hands, these molecular compounds are symmetrical mirror images of each other but if layered one atop the other, their relationship becomes asymmetrical.
The six-piece exhibition will be a reflective yet critical approach to how data and movement define our identities. Irreverent, provocative, and unconventional, the pieces will ask us to challenge our preconceptions of data and consider the humanity behind new technologies that track our every movement. Participating artists challenge the ineptitude of our culture’s capabilities to capture the grandiose erosion, and persuade us that the same journey still embodies diversity.
The exhibition will address three topics:
IDENTITY
Identity is the way we perceive and express ourselves. Factors and conditions that an individual is born with—such as ethnic heritage, sex, or one’s body—often play a role in defining one’s identity. However, many aspects of a person’s identity change throughout life. People’s journeys can alter how they see themselves or are perceived by others. The global identity of who we are, what we stand for, and how each of the invisible borders of countries, money, sex, and vulnerability separates and joins us together.
DATA
As the data revolution inertia grows it is becoming clear that it is vital infrastructure – our social networks, pop culture, and information systems function on layers of data which help, as well as hinder, our identities. We need to tackle issues like ethics and equity if we are to have trust in data.
JOURNEYS
Movement and journeys help us reveal this shifting consciousness both in Mozambique and globally. Our identity is not clean-cut, it’s messy and complicated. Constantly evolving. This exhibition reveals the blended lines between each identity and each data point, the stories behind them, and the connections between those stories that bind us.
Lulu Arte Viva é um artista autodidacta de Moçambique que usa o trabalho em arame sobre a sua pintura para transmitir movimento e comunicar como interpreta os desafios sociais que Moçambique enfrenta e o seu amor pelo seu país.
Maisa Chaves experimenta constantemente textura e cor, usa a tinta para captar a complexidade e identidade por trás de Moçambique nas suas ilustrações, elemenTos a que ela mesma foi exposta ao crescer em Moçambique.
Marcelino Manhula deixou Moçambique em busca da sua própria identidade e encontrou-a na Cidade do Cabo. Com o conceito de “estrangeiro” pressionando a sua mente, usa mosaicos para explorar quem ele é como artista e como migrante.
Ana Mosquera, “sem País”, devido à situação política na Venezuela, recolhe dados de refugiados venezuelanos usando grupos no Facebook que foram criados para trocar dinheiro, apoiar e comunicar entre si e saber como atravessar fronteiras legal ou ilegalmente. Ela representa estas viagens usando tecido e técnicas de tecelagem para criar mantas de dados.
A Visualst é uma empresa de design de dados de interesse público sediada em Maputo. Os trabalhos aqui apresentados pretendem traduzir a ideia de que a representação visual de dados incorpora necessariamente uma dimensão estética e artística.
Lulu Arte Viva is a self-taught artist from Mozambique who uses wirework against his paintings to convey movement and communicate how he interprets the social challenges Mozambique faces and his love for his country.
Maisa Chaves is constantly experimenting with texture and color, using ink to capture the complexity and identity behind Mozambique in her illustrations that she herself was exposed to growing up in Mozambique.
Marcelino Manhula left Mozambique in search of his own identity and found himself in Cape Town. With the concept of “foreigner” pressing against his mind, he uses mosaics to explore who he is as an artist and as a migrant.
Ana Mosquera, “countryless” due to Venezuela’s political landscape, collects Venezuelan refugee data using Facebook groups that were created to exchange money, support, and to communicate to each other how to cross borders illegally or legally. She traces these journeys using fabric and weaving techniques to create data quilts.
Visualst is a public-interest data design firm based in Maputo. The works here presented are a representation of the concept that data is art and, in this sense, involve an aesthetic and artistic approach in their visualization.

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